Já lá vem, já lá vem o Ano
Novo!
O Ano Novo já lá vem, já lá
vem!
Brotam das águas em explosão
raios de fogo.
Sobem lírios que no céu se
tornam rosas,
fica iluminada e colorida a multidão.
Cabeças se volvem para as
estrelas como rezando,
gritos de espanto e de
alegria vão soltando.
Rebenta uma rolha, estoira o
vinho, a espuma voa.
Champanhe entra em bocas
abertas de euforia.
Engolem-se passas,
formulam-se votos, doze desejos
ao som de estalidos em festa,
sonhos e beijos.
Já lá vem, já lá vem o Ano
Novo,
já lá vem anunciando a
madrugada!
Das águas emergem novas
girândolas florindo
nascidas da criação da mão
humana.
Os olhos sobem com os
foguetes às alturas
que se abrem, rodopiam,
desabrocham
em lágrimas azuis, cor do sol
e vermelhas
ora a explodir ora a murchar
como centelhas.
Já lá vem, já lá vem o Ano
Novo!
Já lá vem um novo ano de
mansinho!
Marcha o tempo, marcha a vida
devagarinho.
Já lá vêm lembranças e
amarguras,
novos pedidos aos céus
iluminados.
Um bater de corações, um
sonhar com a riqueza
envoltos em medo do porvir e
incerteza.
Marcha o fogo para o fim… E emudece.
Na noite atroa o som de bater
de palmas.
Já chegou, já chegou o Ano
Novo,
já lá vai, já lá vai embora o
povo.
É a vez da esperança renascer
nas almas.
Fina d’Armada