quarta-feira, 31 de dezembro de 2014
terça-feira, 30 de dezembro de 2014
quinta-feira, 25 de dezembro de 2014
Irene Lisboa - nasceu a 25 de Dezembro de 1892
Irene do Céu
Vieira Lisboa nasceu Quinta da Murzinheira, freguesia de Arranhó, concelho de
Arruda dos Vinhos no dia 25 de Dezembro de 1892. Foi escritora, professora e
pedagoga portuguesa. Começou a vida profissional como professora da educação
infantil. Em 1932 recebeu o cargo de Inspectora Orientadora do ensino primário e
infantil. Como destaca Rogério Fernandes: «o programa de tal departamento
desenhado por Irene Lisboa, reformulava de alto a baixo as funções de um órgão
estatal até aí consagrado exclusivamente ao controlo ideológico, administrativo
e disciplinar dos docentes.». Na verdade, foi uma forma de exílio para uma pedagoga
incómoda pelas suas ideias avançadas.Irene Lisboa dedicou-se por completo à
produção literária e às publicações pedagógicas, depois de se reformar aos 48
anos. No entanto não foi livre na expressão dos seus pensamentos. «Restavam-lhe
a imprensa, o livro, a conferência. Grande parte das suas intervenções tem,
precisamente, esses suportes, mas convém não esquecer que o controlo censório
exercido pela ditadura salazarista sobre a expressão pública do pensamento não
lhe permitiu certamente a transmissão das suas opiniões com toda a claridade.» Faleceu
a 25 de Novembro de 1958, a um mês de cumprir 66 anos de idade. A escrita
dominou toda a sua vida. A obra literária que produziu foi elogiada por alguns
dos seus pares, embora nunca tenha tido grande aceitação por parte do público.
Jeito de Escrever
Não sei que diga.
E a quem o dizer?
Não sei que pense.
Nada jamais soube.
Nem de mim, nem dos outros.
Nem do tempo, do céu e da terra, das coisas...
Seja do que for ou do que fosse.
Não sei que diga, não sei que pense.
Oiço os ralos queixosos, arrastados.
Ralos serão?
Horas da noite.
Noite começada ou adiantada, noite.
Como é bonito escrever!
Com este longo aparo, bonitas as letras e o gesto - o jeito.
Ao acaso, sem âncora, vago no tempo.
No tempo vago...
Ele vago e eu sem amparo.
Piam pássaros, trespassam o luto do espaço, este sereno luto das horas. Mortas!
E por mais não ter que relatar me cerro.
Expressão antiga, epistolar: me cerro.
Tão grato é o velho, inopinado e novo.
Me cerro!
Assim: uma das mãos no papel, dedos fincados,
solta a outra, de pena expectante.
Uma que agarra, a outra que espera...
Ó ilusão!
E tudo acabou, acaba.
Para quê a busca das coisas novas, à toa e à roda?
Silêncio.
Nem pássaros já, noite morta.
Me cerro.
Ó minha derradeira composição! Do não, do nem, do nada, da ausência e
solidão.
Da indiferença.
Quero eu que o seja! da indiferença ilimitada.
Noite vasta e contínua, caminha, caminha.
Alonga-te.
A ribeira acordou.
Irene Lisboa, in 'Antologia Poética'
sexta-feira, 19 de dezembro de 2014
Vitorino Nemésio - nasceu a 19 de Dezembro de 1901
A TEMPO
A tempo entrei no tempo,
Sem tempo dele sairei:
Homem moderno,
Antigo serei.
Evito o inferno
Contra tempo, eterno
À paz que visei.
Com mais tempo
Terei tempo:
No fim dos tempos serei
Como quem se salva a tempo.
E, entretanto, durei.
Vitorino Nemésio, in 'O Verbo e a Morte'
Vitorino Nemésio - pequena bibliografia
Vitorino Nemésio Mendes Pinheiro da Silva, nasceu Praia da Vitória, 19 de Dezembro de 1901 — Lisboa, 20 de Fevereiro de 1978 foi um poeta, escritor e intelectual de origem açoriana que se destacou como romancista, autor de Mau Tempo no Canal, e professor da Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa.
Alexandre O´Neill - pequena bibliografia
Alexandre Manuel Vahía de Castro O'Neill de Bulhões nasceu em
Lisboa a 19 de Dezembro de 1924 e faleceu em 21 de Agosto de 1986 foi um
importante poeta do movimento surrealista português. Era descendente de
irlandeses.
Autodidacta, O’Neill foi um dos fundadores do Movimento Surrealista de
Lisboa. É nesta corrente que publica a sua primeira obra, o volume de colagens A
Ampola Miraculosa, mas o grupo rapidamente se desdobra e acaba. As
influências surrealistas permanecem visíveis nas obras dele, que além dos
livros de poesia incluem prosa, discos de poesia, traduções e antologias.
Não conseguindo viver apenas da sua arte, o autor alargou a sua acção à
publicidade. É da sua autoria o lema publicitário «Há mar e mar, há ir e
voltar».
Em 1958, com a Edição no Reino da Dinamarca, viu-se reconhecido como Poeta.
Alexandre O´Neil - nasceu a 19 de Dezembro de 1924
Poema pouco original do medo
O medo vai ter tudo
pernas
ambulâncias
e o luxo blindado
de alguns automóveis
Vai ter olhos onde
ninguém o veja
mãozinhas cautelosas
enredos quase
inocentes
ouvidos não só nas
paredes
mas também no chão
no tecto
no murmúrio dos
esgotos
e talvez até
(cautela!)
ouvidos nos teus
ouvidos
O medo vai ter tudo
fantasmas na ópera
sessões contínuas de
espiritismo
milagres
cortejos
frases corajosas
meninas exemplares
seguras casas de
penhor
maliciosas casas de
passe
conferências várias
congressos muitos
óptimos empregos
poemas originais
e poemas como este
projectos altamente
porcos
heróis
(o medo vai ter
heróis!)
costureiras reais e
irreais
operários
(assim assim)
escriturários
(muitos)
intelectuais
(o que se sabe)
a tua voz talvez
talvez a minha
com a certeza a
deles
Vai ter capitais
países
suspeitas como toda
a gente
muitíssimos amigos
beijos
namorados
esverdeados
amantes silenciosos
ardentes
e angustiados
Ah o medo vai ter
tudo
tudo
(Penso no que o medo
vai ter
e tenho medo
que é justamente
o que o medo quer)
O medo vai ter tudo
quase tudo
e cada um por seu
caminho
havemos todos de
chegar
quase todos
a ratos
|
Alexandre O'Neill
terça-feira, 16 de dezembro de 2014
Olavo Bilac - pequena bibliografia
" O ÚNICO MEIO DE CRIAR HOMENS LIVRES É EDUCÁ-LOS, OUTRO MODO AINDA NÃO SE INVENTOU,, E COM CERTEZA NUNCA SE INVENTARÁ."
Olavo Brás Martins dos Guimarães Bilac, nasceu no Rio de Janeiro, 16 de Dezembro de 1865 e morreu a 28 de Dezembro de 1918 foi jornalista e poeta brasileiro,
membro fundador da Academia Brasileira de Letras..
Conhecido por
sua atenção à literatura infantil e, principalmente, pela
participação cívica, Bilac era um ativo republicano e nacionalista. O poeta foi o responsável pela criação da letra do Hino da Bandeira.
Em 1907 foi
eleito "príncipe dos poetas brasileiros".
Bilac, autor de alguns dos mais populares
poemas brasileiros, é considerado o mais importante dos poetas panasianos.
domingo, 14 de dezembro de 2014
quarta-feira, 10 de dezembro de 2014
Emily Dickinson - pequena bibliografia
Emily Dickinson
Nasceu
em 10 de dezembro de 1830, na pequena cidade de Amherst, perto de Boston, no
estado de Massachusetts, uma das regiões de raízes mais puritanas e
conservadoras dos Estados Unidos, e morreu no mesmo local em 15 de maio de
1886. Tendo vivido e produzido à margem dos círculos literários de seu tempo,
solteira por convicção e auto-exilada dentro de casa por mais de vinte anos, Emily Dickinson não chegou a publicar os seus versos, por não se
submeter aos rígidos padrões de discrição e singeleza que se esperava então de
uma mulher. Sua voz era uma voz estranha em meio às tímidas dicções poéticas da
época, e por essa razão ela teve de encarar em vida a rejeição de seu labor
poético.
Em
1955, o crítico e biógrafo Thomas H. Johnson reuniu numa edição definitiva
todos os seus 1.775 poemas. Daí em diante a obra de Emily Dickinson passou a ser reverenciada por uma crescente legião
de críticos e leitores exigentes. Sua escrita poética, ambígua, irônica,
fragmentada, aberta a várias possibilidades de interpretação, antecipa, sob
muitos aspetos, os movimentos modernistas que se sucederiam depois de sua
morte. Essa instigante poesia, nascida na solidão e no anonimato mas impregnada
dos mais profundos valores humanos, dá hoje a Emily Dickinson um merecido e imortal lugar no cânon literário
universal.
segunda-feira, 8 de dezembro de 2014
Florbela Espanca - nasceu a 8 de Dezembro de 1894
Florbela Espanca, nasceu em Vila Viçosa,
a 8 de Dezembro de 1894 e faleceu em Matosinhos, a 8 de Dezembro de 1930.
A sua vida, de apenas trinta e
seis anos, foi plena, embora tumultuosa, inquieta e cheia de sofrimentos
íntimos que a autora soube transformar em poesia da mais alta qualidade,
carregada de erotização,
feminilidade e panteísmo.
Precursora do movimento
feminista em Portugal. É tida como a grande figura feminina das primeiras
décadas da literatura portuguesa do século XX.
sexta-feira, 5 de dezembro de 2014
quarta-feira, 3 de dezembro de 2014
segunda-feira, 1 de dezembro de 2014
domingo, 30 de novembro de 2014
Um apontamento de António Cardoso Pinto sobre Fernando Pessoa
.. na POESIA não era só ele ...
Ele era também Álvaro de Campos e Alberto Caeiro e Ricardo Reis
e era-os profundamente, como só ele sabia ser
na poesia como na vida
na vida como na arte.
e era-os profundamente, como só ele sabia ser
na poesia como na vida
na vida como na arte.
Tudo nele era inesperado
desde a sua vida, até aos seus poemas, até à sua morte.
Inesperadamente,
como se se anunciasse um livro ou uma nova corrente literária por ele
idealizada e vitalizada,
correu em Lisboa a notícia da sua morte :
era um sábado, esse 30 de Novembro de 1935
como se se anunciasse um livro ou uma nova corrente literária por ele
idealizada e vitalizada,
correu em Lisboa a notícia da sua morte :
era um sábado, esse 30 de Novembro de 1935
Ele dizia:
O meu sentido interior predomina de tal modo sobre os meus cinco sentidos
que vejo coisas nesta vida - acredito-o - de uma forma diferente dos outros homens.
Há para mim - houve - toda uma riqueza de significações em coisas tão ridículas como a chave de uma porta, um prego na parede, os bigodes de um gato.
Há para mim toda a plenitude de sugestões espirituais numa galinha que atravessa a rua com os seus pintainhos.
Há para mim todo um significado mais profundo do que os próprios receios humanos no cheiro de sândalo, em latas velhas num monte de lixo,
numa caixa de fósforos deixada numa valeta, em dois papéis sujos que
num dia de vento esvoaçam e se perseguem pela rua abaixo.
Porque a poesia é espanto, admiração ... *
que vejo coisas nesta vida - acredito-o - de uma forma diferente dos outros homens.
Há para mim - houve - toda uma riqueza de significações em coisas tão ridículas como a chave de uma porta, um prego na parede, os bigodes de um gato.
Há para mim toda a plenitude de sugestões espirituais numa galinha que atravessa a rua com os seus pintainhos.
Há para mim todo um significado mais profundo do que os próprios receios humanos no cheiro de sândalo, em latas velhas num monte de lixo,
numa caixa de fósforos deixada numa valeta, em dois papéis sujos que
num dia de vento esvoaçam e se perseguem pela rua abaixo.
Porque a poesia é espanto, admiração ... *
O que dele disseram :
"Era um senhor suavemente simpático, muito bem vestido que levava
escondido no lábio superior um sorriso discretamente irónico.
A calvície, os olhos gastos, esse seu jeito de estar sentado com as mãos
sobre os joelhos, essa sua voz velada, davam-lhe um ar estrangeiro,
distante no tempo e no espaço." *
» Jorge de Sena «
"Aprendi o suficiente português para poder ler Pessoa directamente." *
» Samuel Beckett «
"O leitor de Pessoa jamais poderá entender o verdadeiro alcance da sua
obra se se limita, como é geralmente o caso, a considerar cada heterónimo
como um todo. Só a 'mise-en-scène espiritual exacta', que Mallarmé
valorava mais do que qualquer outra, lhe permitirá orquestrar as vozes
dispersas das diferentes personagens." *
» Maria Teresa Rita Lopes «
"Neste homem havia tal lucidez que só é possível imaginá-lo consciente do
que estava escrevendo: e é de supor que não o estaria menos numa das
Odes impecáveis de Ricardo Reis do que num poema aparentemente
espontâneo de Álvaro de Campos. Se há, de facto, um drama do homem
na poesia de Pessoa, é o drama da lucidez implacável." *
» Adolfo Casais Monteiro «
* * *
... sentir tudo e de todas as maneiras.
sentir tudo excessivamente ....
sentir tudo excessivamente ....
... Tudo vale a pena
se a alma não é pequena ...
... Fui tudo, nada vale a pena ...
... Já sobre o meu vazio coração
desceu a inconsciência abençoada
de nem querer uma ilusão ...
... Sou um navio que chegou a um porto
e cujo movimento é ali estar ...
... A poesia é espanto,
admiração ...
... Quebra-te, coração ... *
* * *
* Disse-nos Adeus há 79 anos * A sua Estrela brilha ! *
sexta-feira, 28 de novembro de 2014
domingo, 16 de novembro de 2014
quarta-feira, 12 de novembro de 2014
domingo, 9 de novembro de 2014
quinta-feira, 6 de novembro de 2014
sexta-feira, 24 de outubro de 2014
quarta-feira, 22 de outubro de 2014
quinta-feira, 16 de outubro de 2014
terça-feira, 14 de outubro de 2014
sábado, 11 de outubro de 2014
sexta-feira, 26 de setembro de 2014
terça-feira, 16 de setembro de 2014
ENSINA-ME!
Ensina-me a
dizer-te
que o meu
olhar espantado leva no brilho uma flor.
Ensina-me
a entregar-te
esta flor da
minha vida que floriu algures por ti.
Ensina-me
a fazer-te
aceitar este
jasmim que exala aromas de nós.
Ensina-me a
falar-te,
entre
jasmins e roseiras que me levam para ti.
Ensina-me a
lembrar-te
essa flor,
esse perfume que, ao de leve, nos tocou.
Ensina-me a
fazer-te
escutar este silêncio que a emoção fechou em nós.
Ensina-me a
levar-te
a doçura das
palavras que tenho presas em mim.
Ensina-me!
Maria Aida Araújo Duarte / 2008
terça-feira, 2 de setembro de 2014
sexta-feira, 29 de agosto de 2014
ESPERA
As
camélias já floriram e tu não vieste.
Entardeceste
no tempo. Pousaste um passado, que era nosso, na memória dos dias, e não
vieste. Silenciaste as palavras, os sonhos, a ternura. Viveste um tempo teu,
sem laços, sem prisões. E envelheceste.
Porquê
tanta amargura?
Encosto-me
à vidraça e sonho. Chegam de volta os dias, a ternura, as manhãs
claras.Tocam-me os teus dedos; prendem-me os teus braços; esmaga-me o teu
corpo.E eu sou de novo a tua menina; sinto de novo a minha fragilidade. Sinto
de novo a tua força; volto a ser pequenina ao pé de ti.Aconchego os sonhos na
tua presença terna e arrebatadora.O teu colinho embala-me e traz-me tudo.
Faz-me parar no tempo. Ser pequenina. Numa acalmia doce, inventada.
As
camélias envelheceram e tu não vieste.
Entardeceste
no tempo.
Porquê
tanto azedume?
Deixo
a vidraça. Solto a força do meu grito. Quero apagar os sonhos, desamar. Quero
clarear a noite, a noite da tua ausência; mas não amanheço. Faltam-me os gestos
de ternura, o alento, a força da tua presença.
Encosto-me
de novo à vidraça. Numa espera longa, sem um gesto.
Porquê
tanta distância?
As
camélias já caíram e tu não vieste.
Envelheceste
no tempo, e eu à espera. À espera de ser de novo a tua menina.
Maria
Aida Araújo Duarte
domingo, 10 de agosto de 2014
quarta-feira, 30 de julho de 2014
quinta-feira, 24 de julho de 2014
domingo, 20 de julho de 2014
Ao Poeta, ao Pedagogo a nossa homenagem
Disseste
tudo ao dizer:
Quando a ausência de mim
Fizer presença em meu ser,
Visitarei a mim mesmo,
Para não me afastar de você.
Quando o peso do dever
Em mim soterrar a alma
Entre os escombros da vida,
Quero flutuar qual pluma
Na leve brisa da calma.
Quando o dizer tiver o poder
De revelar o que não quero,
Paro a pluma, guardo a voz,
Me rebelo no silêncio
Para me manter sincero.
Antes da noção do certo
Se revelar um engano,
Saio do cotidiano:
Adentro em outras rotinas,
Noutros mares vou pescar.
Não quero porto seguro,
Só âncora, vela e mar.
Âncora para ser meu porto,
Vela para me levar,
Mar para, no litoral,
As minhas ondas quebrar.
Quando a ausência de mim
Fizer presença em meu ser,
Visitarei a mim mesmo,
Para não me afastar de você.
Quando o peso do dever
Em mim soterrar a alma
Entre os escombros da vida,
Quero flutuar qual pluma
Na leve brisa da calma.
Quando o dizer tiver o poder
De revelar o que não quero,
Paro a pluma, guardo a voz,
Me rebelo no silêncio
Para me manter sincero.
Antes da noção do certo
Se revelar um engano,
Saio do cotidiano:
Adentro em outras rotinas,
Noutros mares vou pescar.
Não quero porto seguro,
Só âncora, vela e mar.
Âncora para ser meu porto,
Vela para me levar,
Mar para, no litoral,
As minhas ondas quebrar.
Rubem Alves
quarta-feira, 16 de julho de 2014
Dead Can Dance - All in Good Time [Legendado]
Tudo a seu Tempo
Todos os seus navios
Deixaram seus ancoradouros
À deriva
No Mar dos Sargaços
Esperando pelo vento
Para libertar suas velas
Quando você alcançar
O fim do seu arco-íris
Perseguindo sombras
E à mercê da própria sorte
Procure o sinal
Procure por um sinal
Enquanto você ascende ao cume
De sua montanha
Apenas lembre-se daquelas
Pobres almas perdidas
Em seu caminho para baixo
Você me ensinou que paciência
Era uma virtude
Eu levei meu tempo
Deixe a natureza prosseguir seu curso
Tudo foi revelado
Tudo a seu tempo
Atrase seus relógios
Abra as suas memórias
Sob o véu
Onde o tempo pára
Você me mostrou um sinal
Você me mostrou o sinal
Deixaram seus ancoradouros
À deriva
No Mar dos Sargaços
Esperando pelo vento
Para libertar suas velas
Quando você alcançar
O fim do seu arco-íris
Perseguindo sombras
E à mercê da própria sorte
Procure o sinal
Procure por um sinal
Enquanto você ascende ao cume
De sua montanha
Apenas lembre-se daquelas
Pobres almas perdidas
Em seu caminho para baixo
Você me ensinou que paciência
Era uma virtude
Eu levei meu tempo
Deixe a natureza prosseguir seu curso
Tudo foi revelado
Tudo a seu tempo
Atrase seus relógios
Abra as suas memórias
Sob o véu
Onde o tempo pára
Você me mostrou um sinal
Você me mostrou o sinal
sábado, 12 de julho de 2014
Aniversário do imortal Pablo Neruda
Para não Deixar de Amar-te Nunca
Saberás que não te amo e que te amo
pois que de dois modos é a vida,
a palavra é uma asa do silêncio,
o fogo tem a sua metade de frio.
Amo-te para começar a amar-te,
para recomeçar o infinito
e para não deixar de amar-te nunca:
por isso não te amo ainda.
Amo-te e não te amo como se tivesse
nas minhas mãos a chave da felicidade
e um incerto destino infeliz.
O meu amor tem duas vidas para
amar-te.
Por isso te amo quando não te amo
e por isso te amo quando te amo.
Pablo Neruda
terça-feira, 24 de junho de 2014
quinta-feira, 12 de junho de 2014
A luta
amorosa com as palavras – Mário Quintana
(texto escrito pelo poeta para
a revista “Isto É” de 14/11/1984)
Nasci em Alegrete, em 30 de Julho de 1906. Creio que foi a
principal coisa que me aconteceu. E agora pedem-me que fale sobre mim mesmo.
Bem! Eu sempre achei que toda confissão não transfigurada pela arte é
indecente.
Minha
vida está nos meus poemas, meus poemas são eu mesmo, nunca escrevi uma vírgula
que não fosse uma confissão.
Há! Mas o que querem são detalhes, cruezas, fofocas… Aí vai!
Estou com 78 anos, mas sem idade. Idades só há duas: ou se está vivo ou morto.
Neste último caso é idade demais, pois foi-nos prometida a eternidade…
Mário Quintana
terça-feira, 10 de junho de 2014
Manhãs de Poesia...mais uma se cumpriu..
Quanto amor pode caber num só dia?
Em que a aurora ilumina
Leituras, provas, ensaios,
Eis que o palco se ilumina
A representação se inicia
Quanto amor pode caber num só dia?
Em que se declara
Desfruta, homenageia
Em que tela desenhado
Ou em que forma modelado
Quanto amor pode caber num só dia?
Em que as falas são beijos
Que as vozes acalentam
Até parece que sentem
O riso cristalino…da Poesia
Quanto, e tanto amor, pode caber num só dia!
Maria Adelina
8 de Junho 2014
domingo, 8 de junho de 2014
Poesia....
Poesia,
eco d`alma ou profecia
Teu
ser, presente em cada dia
Saudade,
qual vaga sombria
Que
desvanece quando irradia
Poesia,
por ti me torno eleita
Do
mar à tardinha a ninar
Da
chuva serena a versar
Do
sol, a querer iluminar
Poesia,
dor escorreita
Por
esse escrever singular
Do
teu coração a ditar
O
que o meu diz, sem falar
Poesia,
és o ouro e a prata
Com
que adorno o lembrar
Do
fulgor de um trovador
Que
a Lua amou, ao dançar
Poesia,
que mais te posso dar
Que
uma lágrima a rolar
Pela
escarpa do sentir
Saberes?
Apenas amar
Poesia....
Maria
Adelina Lopes - In Hieróglifos do Cosmos
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