sexta-feira, 18 de outubro de 2013

No paraíso dos sonhos




Em voltejar de asas voei, imitei suspiros e passos serenos

Atravessei o lago do sono, leito de rosas cheirando a luar

O acordar tardava…

Procurava encontrar a estrada dos sentidos


Na cascata de brilho e cor, reconheci teu olhar

Por teu aroma de sândalo guiei meu caminhar

Coração em chama viva, tocha que ilumina


E as asas foram braços, fusão plena

Tacteava no ar o teu esboço

Passos, caminho ao ninho do teu ser


Na auréola magenta do alvorecer

Estendi o olhar,

era apenas o Sol, a despertar



Maria Adelina




Há na cadência do espaço - Ailime



Há na cadência do espaço

A luz pálida dos dias

Que navega nos lemes

Dum barco velho ancorado no cais

 
 
As margens já não pertencem ao rio

E as nuvens choram o diluvio

Da manhã que entardeceu

No orvalho taciturno da noite

 
Uma ténue luz percorre os astros

E arrasta no murmúrio das nuvens

O desassossego das margens

Sufragado na mansidão das águas


Ailime

17.10.2013